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Iniciativas ligadas à inovação, tecnologia e transparência levaram o Recife a fechar um importante convênio com o governo britânico. O prefeito Geraldo Julio e o embaixador do Reino Unido no Brasil, Vijay Rangarajan, assinaram convênio, na tarde desta sexta-feira (2), para cooperação de desenvolvimento e sistematização de dados abertos entre a Prefeitura do Recife e o Foreign and Commonwealth Office do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. O Recife foi selecionado para o Fundo em função do trabalho já desenvolvido pela Prefeitura do Recife como o Portal da Transparência e a Plataforma de Dados Abertos. O objetivo é dar escala às ações desenvolvidas por meio do acesso e sistematização dos dados abertos do município.
O prefeito comemorou a escolha e avalia que convênio deve estimular a interação da sociedade com a Prefeitura, por meio da facilidade do acesso às informações públicas. “O Recife chama atenção internacional e, por isso, a Grã-Bretanha assinou este memorando para oferecer serviços de consultoria para trabalhar ainda melhor o conjunto de dados abertos que o Recife já tem. A meta é criar mais integração da sociedade com o poder público, por meio do uso desses dados disponíveis na internet”, afirmou Geraldo.
A capital pernambucana dispõe, atualmente, de uma base de dados com 62 conjuntos de dados abertos nas mais diferentes áreas. A melhoria na sistematização e produção desses dados abertos possibilita o maior controle social e permite que soluções sejam pensadas e criadas, no ambiente público e privado, especialmente envolvendo ferramentas de Tecnologia da Informação. A perspectiva com o convênio é dar escala a essas iniciativas.
A parceria terá a duração de três anos e objetivo é desenvolver iniciativas para aumentar a quantidade e qualidade de dados abertos disponíveis, possibilitando maior contato e troca de experiências, em busca de desenvolvimento comum, promovendo a pesquisa, transferência de tecnologias e o desenvolvimento de inovações. O Governo Britânico investirá na contratação de uma empresa para realizar a consultoria de sistematização e disponibilização de dados abertos no Recife. O valor destinado pelo fundo para as iniciativas no Brasil é de 3 milhões de libras.
De acordo com o embaixador Vijay Rangarajan, o Recife se destacou para participar do projeto por dois fatores: liderança política engajada na área de inovação e Plataforma de Dados Abertos. “Dentro do nosso programa, analisamos diferentes cidades e estabelecemos alguns critérios. Optamos por aquelas que tivessem possibilidade de atuar nesta área de Dados Abertos e tivessem liderança política para fazer as mudanças necessárias. Queremos dar escala aos dados abertos e o Recife se destaca pela capacidade de inovação, além disso o Porto Digital fica no Recife. Tudo isso torna a cidade um ambiente perfeito para fazer esse projeto. É sempre um experimento, mas todas as cidades estão enfrentando os mesmos desafios e as mesmas possibilidades de tecnologia. Podemos aprender muito aqui para nossas políticas públicas”, afirmou o embaixador.
Presidente da Emprel, Eugênio Antunes, lançou mão de uma máxima usada no campo da Tecnologia da Informação de que quando se usam os dados, eles melhoram. “Recife já tem essa cultura de tratar os dados. Temos uma certa maturidade no que diz respeito a sistemas de informação. Agora precisamos de uma qualidade na integração dessas informações e na utilização dessas informações nas políticas públicas, para democratização dos dados como um todo. Tenho certeza que essa parceria será muito promissora”, explicou.
O Portal da Transparência do Recife teve reconhecimento nacional pelo seu índice de transparência. A cidade já conseguiu pontuações importantes na ONG Contas Abertas, no Ministério Público Federal, no Tribunal de Contas de Pernambuco e na Controladoria Geral da União, atingindo notas máximas e primeiro lugar em todo o Brasil.
O Recife também foi a primeira capital do Brasil a disponibilizar os dados abertos da gestão. Como desdobramento do Dados Recife, a Prefeitura realiza anualmente a Olimpíada Hacker Cidadão, que já teve seis edições. A maratona de programação propõe que os participantes proponham soluções o para a vida das pessoas e já teve vários resultados e ideias completamente aplicáveis à vida cotidiana.